Diástase do Recto Abdominal
Uma das condições clínicas mais comuns no pós-parto é a diástase do recto abdominal (DRA). A DRA consiste na separação dos músculos abdominais na sua zona central – linha alba – mais especificamente do músculo recto abdominal.
Esta separação afeta a integridade e a mecânica do tronco, pois como a parede abdominal deixa de exercer a sua função, as vísceras assumem uma nova disposição e isso provoca ou exacerba:
- Dor lombar;
- Dor pélvica;
- Debilidade do pavimento pélvico;
- Alterações posturais;
- Aumento do volume abdominal;
- Dificuldade na respiração e digestão;
- Obstipação;
- Risco aumentado de hérnia abdominal;
- Entre outros.
Muitas mulheres sofrem de diástase a partir do terceiro trimestre de gestação, pelo crescimento do feto e aumento do volume abdominal. Além disso é uma fase com grandes alterações hormonais, que preparam o corpo da mulher para o parto e tornam todo o tecido conjuntivo e articulações mais laxas. A DRA é mais comum na região acima do umbigo e agrava com fatores tais como:
- Idade materna;
- Obesidade materna;
- Multiparidade;
- Gravidez gemelar;
- Polihidrâmnio;
- Fraqueza dos músculos abdominais;
- Peso fetal elevado;
Apesar disto, vários estudos sugerem que a DRA pode ser prevenida durante a gravidez por programas de treino específicos que foquem no reforço do transverso abdominal e estabilizadores lombo-pélvicos, bem como o ensino e reeducação de hábitos e posturas que não coloquem a linha alba em tensão.
O mesmo é válido no pós-parto, onde muitas vezes a ânsia em recuperar rapidamente a silhueta e/ou retomar a prática desportiva anterior à gravidez é o pior inimigo da DRA. Este deverá ser um processo lento e progressivo para que a parede abdominal recupere a sua estrutura e função de forma eficaz.
Referências:
Thabet and Mansour (2019) Efficacy of deep core stability exercise program in postpartum women with diastasis recti abdominis: a randomised controlled trial; J Musculoskelet Neuronal Interact, 19(1): 62–68.
Chiarello et al. (2005) The Effects of na Exercise Program on Diastasis; Journal of Women’s Health Physical Therapy, 29:1